quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Viva Fortaleza - Acessibilidade Audiovisual
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Áudiodescrição
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (WHO), em 2004 já existiam 5 milhões de pessoas cegas no Brasil, e no ano de 2005 o país já contava com 25 milhões de pessoas cegas ou com algum problema de visão. Esse grande número de indivíduos encontra-se excluído da experiência de assistir a um filme no cinema, um programa de TV, uma peça de teatro ou um espetáculo de dança em sua forma mais completa, ou seja, tendo acesso à narrativa visual destes produtos audiovisuais.
A audiodescrição é um recurso de tecnologia assistiva que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual junto ao público de produtos audiovisuais. O recurso consiste na tradução de imagens em palavras. É, portanto, também definido como um modo de tradução audiovisual intersemiótico, onde o signo visual é transposto para o signo verbal. Essa transposição caracteriza-se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e em conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral da narrativa audiovisual. Como o próprio nome diz, um conteúdo audiovisual é formado pelo som e pela imagem, que se completam. A audiodescrição vem então preencher uma lacuna para o público deficiente visual.
A audiodescrição acontece ao mesmo tempo em que a imagem aparece na tela, entre o conteúdo verbal ou as falas do produto audiovisual, e em sincronia com outras informações sonoras deste produto, ou seja, uma risada, uma porta batendo ou um tiro. Desta forma, a audiodescrição não se sobrepõe ao conteúdo sonoro principal do filme, mas trabalha com ele no sentido de proporcionar o melhor entendimento possível de uma cena.
A audiodescrição pode ser pré-gravada, ao vivo ou simultânea. A AD pré-gravada exige um roteiro detalhado para que seja gravado em estúdio e mixado à banda de áudio do produto audiovisual. Geralmente, a AD pré-gravada é aquela que podemos encontrar nas salas de cinema e em alguns programas de televisão. Já a AD ao vivo, como o próprio nome diz, acontece in loco, ou seja, ela não é gravada, mas narrada no momento em que o produto audiovisual está sendo apresentado. Ela é usada em festivais de cinema, peças de teatro, óperas e espetáculos de dança. Apesar de ser ao vivo, a AD é roteirizada antes do evento cultural, e cabe ao audiodescritor-locutor acompanhar o tempo real do evento. Por último, AD simultânea também acontece ao vivo, porém sem preparação alguma. Em programas de TV ou noticiários ao vivo, por exemplo, não é possível prever o que será falado ou filmado. Assim, o roteiro não existe e o audiodescritor-locutor terá que ser hábil e rápido o suficiente para descrever imagens que lhe são apresentadas pela primeira vez.
Seja pré-gravada, ao vivo ou simultânea, a audiodescrição chega ao público deficiente visual através de fones de ouvido, como os usados na interpretação simultânea, que devem ser disponibilizados nas salas de cinema e teatro. Na televisão, o simples toque na tecla SAP ou MTS faz com que a audiodescrição fique audível para o espectador deficiente visual.
Para a produção da audiodescrição gravada, o processo se dá nas seguintes etapas:
Um audiodescritor-roteirista começa pela apreciação do produto audiovisual, ou seja, ele o assiste para compreender o contexto e já para analisar a relevância das imagens para a narrativa audiovisual. Muitas vezes, o roteiro para a audiodescrição exigirá que o audiodescritor-roteirista faça opções em termos da relevância das imagens quando o espaço entre as falas é curto ou quase inexistente. Já um produto com poucas falas permite um roteiro de descrição das imagens mais detalhado. Contudo, em ambos os casos, a escolha das palavras que melhor descrevem as imagens é extremamente importante e exige uma certa sensibilidade. E, acima de tudo, o roteiro da audiodescrição deve seguir o ritmo do produto audiovisual e não contrastar com ele. O trabalho do audiodescritor-roteirista é, portanto, muito cuidadoso.
Para que a audiodescrição se encaixe entre as falas do produto audiovisual e para que o roteiro auxilie o audiodescritor-locutor que gravará o texto, é imprescindível que o audiodescritor-roteirista marque os tempos de entrada da audiodescrição de forma clara e destacada. A marcação do momento de entrada da audiodescrição geralmente é feita através do Time Code, ou código de marcação de tempo, que já aparece na tela do produto audiovisual a ser audiodescrito.
Uma vez pronto, é hora do audiodescritor testar o seu roteiro oralmente, como um ensaio para a gravação. Esta também é a hora do audiodescritor revisar seu roteiro, ajustando o tempo de entrada e reelaborando o vocabulário e estilo do texto, quando achar necessário.
O próximo passo é a gravação da audiodescrição em estúdio, num arquivo de áudio separado, o qual será editado e mixado à banda sonora original do produto audiovisual. Dependendo do gênero do produto, a voz que gravará a audiodescrição é selecionada. O dono da voz que grava o roteiro é chamado de audiodescritor-locutor ou narrador. Roteirista e locutor podem ser a mesma pessoa ou não. Mas vale lembrar que, no caso de duas pessoas diferentes, é sempre bom ter o audiodescritor-roteirista durante a gravação. A audiodescrição, como qualquer outro modo de tradução audiovisual, exige a cooperação entre roteirista e locutor para a boa qualidade do produto audiodescrito final.
domingo, 14 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
Sessão especial celebra o Dia de Luta das Pessoas com Deficiência
O evento marca o nascimento do Mídia Acessível, organização que presta serviços de audiodescrição e legendagem nas mais variadas mídias. A organização é o resultado do crescimento do TRAMAD, núcleo acadêmico de estudos de audiodescrição e legendagem nascido na Bahia, mas que agora compreende os estados de Minas Gerais e Ceará.
O evento conta com o apoio de entidades que agregam pessoas com deficiência e também da ARCCA (Acesso e Reintegração a Comunicação, Cultura e Arte), entidade que tem suas ações baseadas na valorização da pessoa humana e se utiliza da cultura, comunicação e arte para garantir e promover os direitos humanos.
O Signo da Cidade é um filme de Carlos Alberto Riccelli, com roteiro de Bruna Lombardi e do próprio Riccelli. No filme, diversos personagens corporificam os dramas vividos por pessoas comuns em uma grande metrópole. Suas tramas são interligadas através da personagem Teca (Bruna Lombardi), uma astróloga de um programa de rádio, que tenta ajudar esses ouvintes desorientados a encontrar soluções para os seus problemas, enquanto ela mesma precisa enfrentar seus próprios dilemas.
Pedimos a colaboração para divulgação do evento como forma de obtermos uma efetiva participação das comunidades a que o mesmo se destina.
EVENTO: Sessão de cinema com audiodescrição e legenda fechada
FILME: O Signo da Cidade
DATA: 23/09/08
HORÁRIO: 15h
LOCAL: Sala Walter da Silveira – Barris
ENTRADA FRANCA
PROMOÇÃO: Mídia Acessível/TRAMAD – ARCCA – ABC – DIMAS
Mais informações:
Sandra Farias (TRAMAD): (71) 87430605 sandrarosa@audiodescricao.com
Ednilson Sacramento (ARCCA): (71) 81080509 ednaweb@terra.com.br
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
RELEASE CURSO DE EXTENSÃO: INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO DE AUDIODESCRITORES
CURSO PIONEIRO NA UFBA CONTRIBUI PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE NA TV BRASILEIRA
Dando cumprimento à norma de acessibilidade, a Portaria 466 de 30 de julho de 2008, do Ministério das Comunicações, determinou a implementação de duas horas diárias de audiodescrição na televisão aberta brasileira a partir de 30 de outubro deste ano. Sob a Coordenação da Profa. Dra. Eliana Franco (ILUFBa), que já pesquisa a audiodescrição desde 2004, o CURSO DE INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO DE AUDIODESCRITORES visa fornecer conhecimento básico sobre este modo de tradução intersemiótica, que se caracteriza pela descrição em áudio – ao vivo, simultânea ou pré-gravada - das imagens de um produto audiovisual (ex. filme de cinema, programa de tv ou peça teatral) entre as falas originais, com vistas a proporcionar o completo acesso de pessoas com qualquer tipo ou grau de deficiência visual. Este conhecimento básico refere-se, principalmente, às principais técnicas usadas por audiodescritores dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Espanha, pioneiros no cumprimento da norma de acessibilidade, e sua prática. As técnicas podem ser resumidas em: percepção do “o quê” e “como” audiodescrever, preparação do roteiro da audiodescrição simultânea e pré-gravada, técnicas de uso de tempo, ensaio para gravação e locução da audiodescrição. O curso é aberto a alunos, professores e profissionais das áreas de jornalismo, cinema, letras, educação, artes cênicas e demais interessados. Serão abertas duas turmas, uma às terças e quintas de 18.00 às 19.30 (Turma I, com início em 09/09/08 e final em 02/10/08) e outra aos sábados de 09.00 às 12.00 (Turma II, com início em 13/09/08 e final em 04/10/08). As inscrições acontecem de 20/08 a 08/09, na sala 220 do 2º andar do Instituto de Letras, às 2as e 4as (09.00-11.00 e 17.00-19.00) e às 3as e 5as (11.00-12.30 e 16.45-18.00). O curso acontecerá no PAFIII (Campus Ondina) com o apoio do NAPE (Núcleo de Assistência à Pessoa com Necessidades Especiais da UFBa). Será cobrada uma taxa de R$ 80,00 (oitenta reais) por aluno, incluindo o material e certificado. Maiores informações pelo email: elisal@ufba.br ou pelo tel: 87055596.
domingo, 17 de agosto de 2008
Audiodescrição no Jornal O Estado de São Paulo
Publicado em 15/08/2008, coluna TEVÊ - Caderno 2 - Entre linhas.
Integração Social: Audiodescrição e closed caption
Sandra Lúcia Dias de Almeida
Notícia do site: Overmundo